terça-feira, 3 de abril de 2012

No futuro, que avanços o clínico pode esperar no que se refere ao diagnóstico por imagem?

Nos últimos anos, nenhuma outra técnica de diagnóstico por imagem evoluiu tanto quanto a Tomografia Computadorizada Volumétrica (TCV). As imagens da TCV apresentam boa aplicação para avaliação da região crânio-facial, em especial para avaliar tecido ósseo e tecidos duros do órgão dental. Os aparelhos de TCV diferem quanto ao tipo de sensor, resolução de imagem, software e tamanho do campo de visão (FOV). Os avanços nessa área estão direcionados para o desenvolvimento de tomógrafos dedicados ao complexo maxilo-facial que utilizam FOV reduzido, ou seja, realizam uma varredura de pequeno volume.
Os aparelhos de pequeno volume possuem um FOV de 8cm x 8cm. Além da diminuição da área de varredura do exame reduzir a dose de radiação recebida pelo paciente, esses equipamentos foram desenvolvidos para realizar capturas com alta resolução espacial e de contraste. A imagem produzida apresenta excelente qualidade, sendo assim mais apropriada para a visualização das estruturas dento-alveolares e mais adequada para casos de Endodontia, como na investigação de fraturas dentárias e reabsorções, pois é possível realizar uma minuciosa avaliação de uma região específica. Essa tecnologia é utilizada pelo tomógrafo PreXion©.

Fig Elemento 23 com severa atresia do seu conduto e tentativas de localização do canal sem sucesso. Realização de Tomografia de pequeno volume evidenciando a presença do canal e a sua posição espacial. Conclusão do caso com instrumentação até o imite desejado e obturação com técnica vertical de Schilder (cortesia Prof. Dr. Noboru Imura)


Exemplo de equipamento de pequeno volume de aquisição - tomógrafo PreXion©.

Os equipamentos de grande volume possuem um FOV de 12cmx12cma 18cmx22cm e são capazes de captar diferentes extensões da região maxilo-facial, como maxila, mandíbula, complexo maxilo-facial ou toda a face. A qualidade da imagem produzida é geralmente inferior a dos tomógrafos de pequeno volume. Além disso, eles acabam utilizando maior dose de radiação. As tomografias de grande volume podem gerar reconstruções panorâmicas, multiplanares, tridimensionais e bidimensionais (lateral, frontal e axial) sem distorções.  Essas aquisições são de grande importância na avaliação de patologias extensas, Ortodontia e traumatologia. Além disso, essas capturas foram desenvolvidas para serem aplicadas em softwares específicos de planejamento, como Dolphin, DentalSlice, SimPlant (Materialise, Leuven, Bélgica), Nobel Biocare (Suécia).
Finalmente, a criação de um protocolo de aquisição de imagem específico para cada objetivo clínico é o primeiro passo ser dado no processo do diagnóstico por imagem. A seleção da técnica ideal começa pela determinação das metas do exame. O operador precisa determinar com exatidão as informações que precisam ser obtidas pela imagem, o que lhe permitirá determinar quais modalidades de imagem podem cumprir esses objetivos. A melhor modalidade de imagem será a que cumprir esses objetivos, tiver um custo aceitável e utilizar a menor dose de radiação.
No que tange a resolução de imagem em TCV, outros fatores devem ser levados em consideração. Como qualquer técnica de tomografia computadorizada, a presença de restaurações metálicas provoca a formação artefatos de imagem, o que degrada a qualidade da imagem. A TCV também produz esses artefatos (beam hardening), porém em uma escala muito menor e, conseqüentemente, proporciona imagens com qualidade superior. Outro grande avanço na TCV diz respeito à diminuição da produção de artefatos. Com o desenvolvimento e sofisticação dos sensores e dos softwares, esses artefatos tendem a diminuir.
O cirurgião dentista deve estar ciente desses avanços, uma vez que já estão atualmente disponíveis e que apresentam grandes implicações em sua prática clínica.

Referências:
Chilvarquer I, Hayek JE, Azevedo B. Tomografia: seus avanços e aplicações na odontologia. Rev Assoc Bras Radiol 2008;9:3-9; Hatcher DC. Operational principles for cone-beam computed tomography. J Am Dent Assoc 2010;141 (suppl 10):3S-6S; Patel N. Integrating three-dimensional digital technologies for comprehensive implant dentistry. J Am Dent Assoc 2010;141 (suppl 6):20S-24S; Worthington P, Rubenstein J, Hatcher DC. The role of cone-beam computed tomography in the planning and placement of implants. J Am Dent Assoc 2010;141 (suppl 10):19S-24S.

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